Operação Pente Fino acontece nesta quinta no presídio do Roger.
Celas foram danificadas durante a rebelião do dia 17 de agosto.
Durante a Operação Pente Fino que acontece nesta quinta-feira (23) na Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, o presídio do Roger, em João Pessoa, as equipes da Polícia Militar encontraram celas danificadas e apreenderam armas artesanais e celulares. A operação acontece uma semana após a rebelião que deixou um detento morto e 13 feridos.
O tenente-coronel Arnaldo Sobrinho, gerente executivo Sistema Penitenciário da Paraíba (Seap), explicou que a operação já estava programada, mas com o tumulto que aconteceu no dia 17 de agosto, ela foi intensificada, aumentando o número de policiais e também com a presença da equipe de engenharia da Secretaria de Administração Penitenciária, para fazer os reparos emergenciais nas celas que foram danificadas.
Por conta da rebelião, as equipes encontraram danos materiais em algumas áreas do presídio. Em duas celas localizadas no pavilhões 5 e 6, a PM constatou buracos que foram feitos pelos detentos durante o tumulto. A área danificada interliga uma cela a outra. "Já foi solicitado o reparo das duas celas", o tenente-coronel disse ainda que não foi encontrado nenhum buraco que desse acesso para a área externa do presídio.
Durante a operação as equipes apreenderam 65 espetos artesanais, 24 celulares e carregadores. O tenente-coronel disse que espera que até o fim da tarde desta quinta-feira (23) a ação possa ser concluída com a varredura em outro pavilhão. No fim da ação será divulgado o balanço com a quantidade total do material que foi apreendido na ação.
No total, segundo Arnaldo Sobrinho, 67 policiais da Tropa de Choque, do Grupo Especial de Operações Penitenciárias (GPOE), das Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam), Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) participam da operação. Os agentes penitenciárias também estão presentes na Operação Pente Fino.
Segundo o tenente-coronel Arnaldo Sobrinho, o presídio do Roger abriga 1.670 detentos que são distribuídos em seis pavilhões.
Rebelião
A rebelião no Roger teve início na tarde da sexta-feira (17) quando presos do 5º pavilhão tentaram invadir o 4º. Os policiais que fazem a vigilância das guaritas tentaram conter os detentos com tiros. Um detento morreu e 13 ficaram feridos.
Dos três detentos que ainda estavam internados no Hospital de Emergência e Trauma, dois já receberam alta hospitalar nesta quinta-feira. Um detento de 34 anos segue internado em estado de saúde regular. Pelo boletim do Trauma, os detentos deram entrada como “vítimas de arma de fogo”.
Segundo informações do tenente-coronel Arnaldo Sobrinho, gerente executivo da Seap, os policiais que entraram na penitenciária para a fazer a contenção da rebelião estavam armados com escopetas calibre 12 com munição não letal, as balas de borracha. Porém, ele afirmou que diversos tiros foram feitos a partir de policiais que estavam nas guaritas e que não se pode afirmar qual tipo de munição eles utilizaram.
A Secretaria de Comunicação informou através de nota enviada à imprensa que rixas entre facções criminosas rivais teriam motivado a confusão e que o secretário de Estado da Administração Penitenciária, coronel Washington França, recomendou a elaboração de relatório e determinou a abertura de sindicância para apurar as motivações do episódio, a intervenção realizada, os disparos de arma ocorridos, inclusive os que resultaram em ferimentos, além dos danos causados ao patrimônio público.
No dia 15 de agosto, o mesmo presídio foi palco de outra rebelião. Na ocasião, o tenente-coronel Arnaldo informou que o tumulto foi motivado por conta da falta de água na região. A polícia chegou a ser chamada, usou armamento não letal e a situação foi controlada sem deixar feridos graves.
Do G1 PB
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