sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Suposta vítima de Marcelinho Paraíba faz novo exame para constar no inquérito


Um novo exame de corpo de delito foi realizado e anexado ontem (2) ao inquérito que indicia o jogadorMarcelinho Paraíba por estupro. O atleta é suspeito de forçar a suposta vítima a beijá-lo durante uma festa, em Campina Grande, em novembro do ano passado.

De acordo com a Polícia Civil, o exame foi feito porque a suposta vítima procurou a Delegacia da Mulher e alegou ter ficado com uma cicatriz no rosto em função de um possível agressão do jogador. De acordo com o promotor do caso, Marcus Leite, a novidade pode mudar o inquérito, pois se for confirmado que a cicatriz foi causada pelo suspeito, a descrição do crime pode passar de estupro com lesão leve para lesão grave.

Segundo o coordenador da Central de Polícia de Campina Grande, delegado Kelson Vasconcelos, o exame foi solicitado pela própria vítima há cerca de 15 dias e foi realizado no Núcleo de Medicina Legal (Numol), em Campina Grande. Ele disse que o inquérito já havia sido concluído e o novo exame foi apenas anexado às páginas do documento para auxiliar na avaliação do Ministério Público.

O advogado de Marcelinho, Afonso Vilar, disse que não acredita que essas novas diligências possam modificar a espécie do indiciamento do jogador. "Eu estranho porque, na época da confusão, ela não falou nada sobre cicatriz e agora apresenta esse argumento justamente quando a delegada encerrou o inquérito e iria entregar ao Ministério Público. Ou seja, são sucessivas acusações que tecnicamente não devem ter força em um futuroprocesso", disse.

O inquérito já foi para o Ministério Público e voltou para as mãos da delegada pela terceira vez, e o crime aconteceu há oito meses. Três promotores já acompanharam o caso. No dia 20 de junho de 2012, o Ministério Público o reenviou à delegacia pela segunda vez, solicitando que fosse feita uma acariação entre duas testemunhas, pois elas estariam apresentando versões diferentes. A acariação foi feita e o inquérito enviado para o promotor Marcus Leite. Mas, na tarde da quarta-feira (1), ele reenviou o documento para a delegacia para que o novo exame fosse anexado.

O inquérito agora está com a delegada da mulher de Campina Grande, Herta França, e deve ser remetido ainda esta semana para o MP. O resultado do exame não foi divulgado, mas Marcus Leite disse que ele pode interferir no indiciamento de Marcelinho. "Se for comprovado que a cicatriz foi causada por uma suposta agressão, Marcelinho seria citado por lesão grave em vez de lesão leve, o que muda a conotação da acusação", disse o promotor.

O promotor agora espera receber o inquérito para avaliá-lo e decidir se oferece denúncia contra o atleta e quais seriam as acusações. A delegada Herta de França citou a presença de 'lesão leve' nos lábios da vítima, com base nos primeiros exames de corpo de delito, o que já sustenta o indiciamento por estupro. Mas, em posse do novo exame, o promotor pode pedir uma condenação mais grave para ele ou até nem aceitar o indiciamento da Polícia Civil. Quanto à demora na entrega do inquérito, ele disse que foram necessárias novas diligências e que o prazo estava dentro do estipulado porque o suspeito citado está em liberdade provisória.



G1PB

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